ATA DA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 25.03.1999.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os duzentos e vinte e sete anos da Cidade de Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 31/99 (Processo nº 618/99), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Raul Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Clovis Ilgenfritz, representante do Governador do Estado do Rio Grande do Sul; a Deputada Maria do Rosário, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Desembargador Délio de Almeida Wedy, representante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Major Jorge Otaviano Bengochê Machado, representante do Comando Militar do Sul; o Vice-Reitor Nilton Rodrigues Paim, representante da Magnífica Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Ainda, como extensão de Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Israel Lapchik, Presidente do Conselho Honorário de Cidadãos de Porto Alegre; do Senhor Wilson Müller, representante da Secretaria Estadual de Turismo; do Senhor Jarbas Ferreira, representante da Secretaria Estadual de Administração; das Senhora Marion Nunes e Susana Brochado, representantes da Secretaria Estadual da Cultura; do Senhor Rosalino Mello, Diretor-Geral em exercício do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador José Valdir, em nome da Bancada do PT, comentando sua experiência de pessoa nascida no interior e que jovem veio para Porto Alegre, referiu-se ao lado provinciano da Cidade e declamou poema intitulado "Que Porto Alegre!", de sua autoria, onde busca resgatar a imagem da Cidade registrada em seus ideais infanto-juvenis. O Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, discorreu sobre as belezas de Porto Alegre, salientando que chegou ao Município há vinte e quatro anos para trabalhar na Rádio Farroupilha, no Morro Santa Teresa, onde conheceu o Rio Guaíba e a exuberância de seu pôr-do-sol. Também, propugnou por uma atenção maior para a conservação das praças de Porto Alegre. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, destacou o fato de ser atualmente o único Vereador da Casa porto-alegrense, tecendo considerações sobre monumentos e prédios da Cidade e mencionando sua preocupação pelo resgate cultural e pela preservação do patrimônio histórico do Município. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do PPB, PMDB e PSDB, declarou ser Porto Alegre uma cidade maravilhosa, jovem, florida e feliz, historiando acerca da oficialização da data de aniversário da Cidade. Ainda, lembrou a figura de José Loureiro da Silva, ex-Prefeito Municipal, citou trechos de poesias de Antonio Xavier Balbert e leu a letra do Hino de Porto Alegre, escrita pelo Coronel-Aviador Breno Olinto Outeiral. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de Vereadores e Prefeitos do interior do Estado e da Senhora Edi Cogo, Presidenta da Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, falou sobre a reconstrução documental da história de Porto Alegre, fazendo referência ao Padre Rubens Neis, que possui extensa documentação sobre Porto Alegre, e a Clóvis Silveira de Oliveira, cartógrafo que reconstituiu um dos primeiros mapas da Cidade. Também, solicitou maior atenção a fim de que sejam preservados os anais da Casa. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Prefeito Raul Pont, que discorreu sobre a atuação da Prefeitura Municipal para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos porto-alegrenses, relatando a relação afetuosa da população com os que chegam à Cidade vindos do interior. Também, convidou a todos para baile popular que se realizará no dia vinte e sete de março do corrente, no Parque Farroupilha, em comemoração ao aniversário de Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os presentes a participarem de coquetel a ser realizado a seguir no Salão Adel Carvalho e da inauguração da exposição “Porto Alegre Entre Trincheiras”. Após, convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, às dezoito horas e trinta e três minutos, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Nereu D’Ávila e secretariados pelo Vereador Isaac Ainhorn. Do que eu, Isaac Ainhorn, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nereu D'Ávila): Estão abertos os trabalhos desta Sessão Solene destinada a homenagear os 227 anos da Cidade de Porto Alegre.

Farão parte da Mesa: o Prefeito Municipal, Sr. Raul Pont; o Vice-Prefeito José Fortunati; o Ver. Clovis Ilgenfritz, Secretário Estadual do Planejamento e representante do Governador do Estado; a Deputada Maria do Rosário, Representante da Assembléia Legislativa do Estado; o Desembargador Délio de Almeida Wedy, representante do Tribunal de Justiça do Estado; o Major Jorge Otaviano Bengochê Machado, representante do Comando Militar do Sul; o Vice-Reitor da UFRGS, Nilton Rodrigues Paim, representante da magnífica Reitora da UFRGS.

Sras. e Srs. Vereadores presentes neste ato, demais autoridades, munícipes, cidadãos e cidadãs da Cidade de Porto Alegre.

Estamos reunidos nesta tarde para homenagear os 227 anos da nossa Cidade. Temos a presença de ilustres representantes dos mais diversos segmentos da nossa sociedade, dos planos administrativos, quer municipal, quer estadual; dos segmentos pertinentes às instituições do Exército, Universidade Federal, Tribunal de Justiça e tantos outros.

Então estamos com representatividade bastante forte nestes 227 anos da Cidade de Porto Alegre.

O Ver. José Valdir está com a palavra para falar pelo Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ao homenagear Porto Alegre nos seus 227 anos, podemos falar muitas coisas de Porto Alegre, podemos falar de sua história, dos desafios desta Cidade, podemos falar de um arrazoado enorme de aspectos que podemos enfocar e desenvolver nesta hora. Eu quero resgatar a nossa experiência, da experiência que nós que somos do interior vivemos quando conhecemos Porto Alegre, quando passamos a conviver com Porto Alegre, porque, talvez, aquelas pessoas que nasceram e viveram em Porto Alegre não avaliem a importância que esta Cidade, Capital do nosso Estado, a mística que esta Cidade representa para pessoas do interior.

No interior, quando guris, temos um sonho: todos nós do interior, como eu, principalmente aqueles que nasceram na roça, no meio rural, têm um sonho que é conhecer Porto Alegre. Vê-se Porto Alegre nas fotografias, se imagina ver o Rio Guaíba. A ponte do Guaíba nos inspira, fica-se maravilhado com a ponte. Como conseguiram fazer essa ponte? Que beleza! Que obra de engenharia! Vêem-se os edifícios altos, toda a vez que se vem a Porto Alegre pela primeira vez, a tendência é contar o número de andares para depois relatar lá fora. Isso é inevitável. O Laçador desperta um sonho em relação a conhecer Porto Alegre. Lembro-me de que no interior se recortavam figurinhas do Laçador, que saíam numa marca de café chamado Café Laçador, para colar no caderno e se comentava sobre Porto Alegre. Quando depois se conhece Porto Alegre, ficamos pensando: “conheci um mundo completamente estranho, pessoas diferentes”. Quando se vive em Porto Alegre, descobrimos que ela tem um lado provinciano, a maioria das pessoas que estão em Porto Alegre são pessoas que vieram do interior, são pessoas que trazem a cultura rural. Quando se conhece a periferia, o subúrbio mais ainda, depara-se com o meio rural dentro do urbano. Eu gostaria de resgatar essa visão de Porto Alegre, que é a visão que temos da nossa infância, da nossa adolescência. Tentei traduzir isso num poema que já declamei outra vez, que fiz a pedido do Ver. João Dib, chamado “Que Porto Alegre!”. Com isso, encerro o meu pronunciamento e deixo a minha singela homenagem a esta Cidade que nos acolhe de maneira tão prazerosa. (Lê.) “QUE PORTO ALEGRE! / Toda a cidade /deveria ter um rio / muitas ilhas e um porto. / Toda a cidade / deveria ter um pôr-de-sol / e uma pedra no cais / de onde se pudesse espiar / a volúpia e a ternura / da noite abraçando o dia. / Toda a cidade / deveria ter uma usina / para lapidar nossos sonhos / e um obelisco ou uma chaminé / (sem fumaça- melhor ainda!) / para ligar a terra dos homens / à morada dos deuses. / Toda a cidade / deveria ser meio rural, / meio provinciana, / com gente faceira, / andando nas ruas, / apesar das mazelas / da vida urbana. / Porém, só há uma, / (só uma, por austeridade / ou capricho dos deuses!) / onde o porto e tudo o mais / existe de verdade. / Por isso, só há uma cidade / onde todos exclamam: / - Que Porto Alegre!”

Agradeço a presença de todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registro a presença de outras autoridades consideradas como extensão da Mesa: Sr. Israel Lapchik, Presidente do Conselho Honorário de Cidadãos de Porto Alegre; Sr. Wilson Müller, representando a Secretaria Estadual de Turismo; Sr. Jarbas Ferreira, representando a Secretaria Estadual de Administração; Sra. Marion Nunes e Sra. Susana Brochado, representando a Secretaria Estadual da Cultura; Sr. Rosalino Mello, Diretor-Geral em exercício do DMLU, e demais convidados presentes.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, da qual é Líder.

 

 O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu tenho muitas razões para me rejubilar por mais este aniversário de Porto Alegre.

Eu cheguei aqui há vinte e quatro anos para trabalhar em uma das emissoras de rádio da Rede Associadas, a Rádio Farroupilha, e fui recebido com muito amor por todos os habitantes desta Cidade. Cheguei, vi e amei tudo o que vi. Procurei retribuir com mais amor, e essa atitude fez gerar em meu redor um espaço de felicidade, que procuro repartir com todos os responsáveis por esse episódio.

Meu primeiro trabalho me levava diariamente para o Morro de Santa Teresa, de onde eu podia admirar a beleza do Guaíba e tudo o que crescia em seu entorno. A exuberância do pôr-do-sol mais decantado por poetas de todo o mundo e uma tranqüilidade inspiradora que brota de dentro do seu ventre fértil, responsável, muitas vezes, por pensamentos, que quando expressos, inundam de luz as trevas que fazem morada em muitos corações distanciados do amor verdadeiro.

Sei da importância do Rio e lamento que tão pouco seja realizado por ele. Todos os investimentos que pudessem ser feitos corresponderiam a uma devolução de benefícios em ordem geométrica. O tão falado turismo somente poderá ser levado a sério se da mesma forma for levada a sério a política com relação ao Rio. Não acredito na pregação do turismo sem que as obras necessárias para a recuperação do Guaíba sejam efetuadas. As estações de tratamento de esgoto são faladas desde os primórdios do chamado “Projeto Rio Guaíba”, e o que se viu até agora foi muito pouco diante do muito que se precisa realizar. Apesar de tudo, o Rio continua a nos encantar com a sua beleza e com a sua magia de um rio considerado lago.

Por maior que seja o meu trabalho, sei que ainda haverá muito por fazer a fim de retribuir a grande quantidade de felicidade que eu obtive aqui. Minha mulher, meus filhos, meus amigos, a oportunidade de fazer duas faculdades, os quatro mandatos que recebi para representar parcela da sociedade, as belezas distribuídas por todos os cantos desse rincão, mulheres maravilhosas, povo valente e destemido, tudo isso e muito mais. São tantos os presentes que recebi em Porto Alegre que pergunto a Deus se sou merecedor de tanta felicidade como a que tenho desde que cheguei aqui. Procuro, com minhas ações, fazer pessoas menos sofredoras. Montei aqui uma promoção intitulada Show do Quilo, para ajudar os carentes. Há dezoito anos faço do meu gabinete uma espécie de agência de empregos para minorar o drama de muitas famílias que nos procuram, e vamos produzindo atividades para oferecer, se Deus quiser, dias melhores a essa sociedade.

Num dia tão especial como este, em que estamos comemorando os 227 desta Cidade maravilhosa, atrevo-me a fazer mais um pedido às autoridades deste Município: cuidem dos parques e das praças. Esses locais ajudam a dar vida e aquecem, com sua existência, a frieza do asfalto e do concreto espalhados por todos os cantos. Vou, todas as semanas, ao Parque Marinha do Brasil e vejo o quanto ali poderia ser feito e o pouco que se faz. Muitas praças às escuras e com o mato alto e a insegurança, principalmente quando a noite começa a cair.

Porto Alegre querida, tenho tanto a te agradecer, tanto ainda por fazer que só posso ter muito pouco a pedir. Confesso-me realmente um homem feliz nesta Porto Alegre maravilhosa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, para falar em nome do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: (Saúda os componentes da Mesa.) Guardo a singularidade, nesta oportunidade, de ser o único Vereador nascido na Cidade de Porto Alegre. Guardo a singularidade, entre os que respondem pela Cidade, no seu conjunto, Câmara e Prefeitura, de ter a condição de porto-alegrense, nascido na Av. Osvaldo Aranha nº 1016, ao lado do Bar João, Bom Fim. Ali fiz a minha juventude, no que era conhecido como o bairro judeu da Cidade de Porto Alegre. Freqüentei o Grupo Escolar Luciana de Abreu, atravessando a Redenção, depois fui para o Júlio de Castilhos, onde fiz o primeiro e segundo graus; depois continuava atravessando a Redenção e indo para a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Hoje, aqui estou no exercício de um mandato popular, com uma representação pública da Cidade de Porto Alegre, no Legislativo da Capital, e prestando uma homenagem ao aniversário da Cidade.

Aqui se fazem presentes, num enfoque de evocação, as representações que visitam esta Casa, que prestigiam esta Casa e que têm suas raízes na Cidade de Porto Alegre: o Poder Judiciário, tão importante a sua história desde o século passado que, curiosamente, num determinado período da sua história, ocupou o espaço que era da Câmara Municipal de Porto Alegre, ali na Praça da Matriz onde hoje se encontra o Tribunal de Justiça. Naquele local, ao lado do Theatro São Pedro, estava localizada a Câmara Municipal de Porto Alegre, num prédio de arquitetura colonial, semelhante ao Theatro São Pedro. Um incêndio destruiu aquele prédio. Primeiro a Câmara cessou as sua atividades naquele espaço por ocasião do fechamento, do recesso dos legislativos brasileiros, por ocasião da implantação do Estado Novo. Ali se instalou, após, o Poder Judiciário, o Fórum da Cidade de Porto Alegre. Um prédio bonito, muito próximo das linhas arquitetônicas do Theatro São Pedro. De outro lado, o Comando Militar do Sul que ocupa, nos seus espaços mais representativos do seu comando, a Rua da Praia, a Rua dos Andradas, em prédios históricos onde os revolucionários de trinta ali chegaram e com militares insurretos participaram daquele processo que a história registra como a Revolução de Trinta e está na história brasileira. A Revolução de Trinta tem as suas raízes na Rua da Praia, na Rua dos Andradas, ali num dos prédios próximo onde se encontra o Quartel General.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, enraizada ao lado dos trinta e cinco hectares que compõem o Parque da Redenção, os nossos parques construídos com a sua história; Parque da Redenção comemorativo ao Centenário da epopéia Farroupilha.

Poderia citar outro espaço militar que é a própria história de Porto Alegre: a centenária Escola dos Cadetes. Esses são alguns aspectos que gostaríamos de mencionar neste momento de evocação em que há uma preocupação muito grande no resgate da memória cultural, da memória da história da Cidade de Porto Alegre.

Neste momento em que comemoramos, Sr. Presidente, Sr. Prefeito, Srs. Vereadores, nossos convidados, mais um aniversário da Cidade de Porto Alegre, eu gostaria de deixar, aqui, uma mensagem apenas em nome da Bancada Trabalhista, em nome da Bancada do meu Partido, a consciência da preservação do patrimônio histórico da Cidade de Porto Alegre, expressos nestes exemplos, nesses prédios, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - através das hoje centenárias escolas de Engenharia e de Farmácia -, nos prédios militares, nos prédios dos tribunais, isso que compõe a história da Cidade de Porto Alegre. E nós tivemos um momento em que desrespeitávamos, em que não valorizávamos o suficiente esse patrimônio. Hoje existe uma cultura e uma consciência de valorização do patrimônio histórico da nossa Cidade, porque é em cima desse patrimônio histórico que nós mantemos viva a nossa memória e a nossa história.

Senhores administradores, homens públicos - e eu fico feliz vendo aqui a Deputada Maria do Rosário, que juntamente com o Secretário Clovis Ilgenfritz não perde o vezo pelo amor à Cidade de Porto Alegre; eles não conseguem se desvincular desta Casa -, neste momento eu faço um apelo pela consciência da preservação do patrimônio histórico da Cidade de Porto Alegre. Não vamos mais permitir que se coloquem abaixo qualquer desses prédios! Cada um na sua área de responsabilidade, vamos criar a consciência da preservação histórica e do patrimônio histórico da nossa sociedade, em homenagem à aniversariante do dia de hoje: a nossa Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib vai falar pelas Bancadas do PPB - da qual é Líder -, PMDB e PSDB.

 

O SR. JOÃO DIB: Excelentíssimo Sr. Presidente; caro Prefeito Raul Pont, nosso Prefeito, e Prefeito da melhor Cidade do mundo; demais autoridades, a saudação dos Vereadores Pedro Américo Leal, João Carlos Nedel, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Antonio Hohlfeldt e Cláudio Sebenelo.

Porto Alegre é uma Cidade maravilhosa, jovem, florida, uma Cidade feliz. Uma Cidade tão feliz que pode se dar ao luxo de ter duas datas de aniversário: a primeira, que foi festejada durante longo tempo, o 5 de novembro de 1740, quando Jerônimo de Ornellas recebia cinco quadras de sesmarias e Porto Alegre era então colonizada. Posteriormente, esta Casa, discutindo com os historiadores, oficializou a data de 26 de março de 1772, como a data de fundação da Cidade. Portanto, duas datas gloriosas, todas com razões para que nós pudéssemos declarar o nosso amor a nossa Cidade.

Eu gostaria de poder fazer como Antonio Xavier Balbert, dizer da Cidade que ele tanto ama, em poesias, e vou ler dois trechos: (Lê.) “As ruas que conheço há muito, / ruas que permaneceram iguais, / ruas que fizeram cirurgia plástica: / elevadas, ruelas, trevos, travessas, / rótulas, túneis e perimetrais / e outros termos do dicionário municipal. / Lugares de nomes psicodélicos, / largos, praças, jardins, parques, / como eu vos amo / partes de minha Cidade / que são partes do meu ser.”

E noutra poesia que também declara o seu amor a Porto Alegre, dizendo: (Lê.) “Tuas esquinas são pontos para encontros, / não confluências de retas que para os poetas / nada indicam. / Tuas ruas são para o passeio dos seres, / não logradouros da algaravia municipal. / Tuas praças são o elo entre os humanos / onde convergem desenganos e alegrias. / Onde se funde a filosofia e o banal.”

Eu disse que Porto Alegre tem duas datas para comemorar o seu aniversário, para deixar que os seus filhos expressem o seu amor. Hoje eu vou fazer essa comemoração dos 227 anos que amanhã se completam, homenageando a figura daquele que eu entendo que foi o Prefeito do século, aquele que foi um dos maiores filhos desta terra: José Loureiro da Silva, que quando comemorava os 200 anos da sua Cidade, a Cidade onde ele nasceu, ele dizia: “Sob estes céus lavados de luz e de sol, glorificamos nesta manhã radiante a Cidade de Porto Alegre. A trilha de 200 anos foi percorrida com entusiasmos e anseios, com grandezas e misérias, com lágrimas e risos. A Cidade formou-se no seu amálgama íntimo com aquelas dores e alegrias humanas que dignificam e enobrecem a vida das coletividades”.

Então, Loureiro da Silva a partir daí conta como se fundiam os sinos na velha Espanha, onde “os jovens enamorados levavam os seus anéis de noivado e jogavam no caldeirão; os velhos casais amorosos jogavam as jóias antigas no caldeirão, os soldados vencidos jogavam os cabos das suas espadas no caldeirão e deste amálgama se formava o sino”.

E aí dizia Loureiro: “Os sinos que estamos fundindo neste caldeamento baterão as horas amargas ou tristes, mas sempre conservarão erguidos os corações porto-alegrenses, dignificando a terra, o homem, enaltecendo o Brasil que nós amamos acima de todas as coisas”.

As palavras de Loureiro, ditas em 05 de novembro de 1940, poderiam ser repetidas, hoje, como atuais. Mas na mesma oportunidade uma figura extraordinária de Porto Alegre, o Prof. Walter Spalding, dizia: (Lê.) “O Sorriso da Cidade - embora o momento que atravessa o mundo seja de tristeza e dores, Porto Alegre sorri. Cidade moça e bonita, engalanada como os jardins da primavera, só pensa em agradar e ser digna do amor de seus filhos e admiradores.

Que lhe importa o velho mundo tão cheio de mazelas? Sem ser egoísta, olha com desdém todas essas questiúnculas expansionistas e políticas, mas se interessa pelos sofredores. Acompanha-os, embora de longe, lamentando não poder agasalhá-los, a todos, sob o seu manto de piedade e alegria. E apesar de tudo, segue serenamente seu ritmo magnífico de progresso protegida pelas divindades inigualáveis da paz e da concórdia.

E agora serenados os festivos, bimbalhar de sinos e toques de clarins, Porto Alegre volta à vida serena de sempre, reencetando, com mais entusiasmo o ritmo do trabalho, enfeitando-se e renovando-se para gáudio de seus filhos, glória de seus dirigentes e orgulho do Brasil.

E ela, a faceira capital do Rio Grande do Sul, continua sorrindo a tudo, sorrindo sempre o sorriso bom e feliz dos que cumpriram e prosseguirão cumprindo o seu dever”.

O que o Dr. Spalding disse naquele dia, eu poderia repetir hoje e qualquer um de nós deveria fazer a mesma coisa, estaríamos fazendo um discurso atual e momentoso.

Mas ainda os servidores da Prefeitura falavam na “Cidade Sorriso”, naquele momento e diziam: “Cidade Sorriso, esse bronze cravado na entrada da casa da tua Administração, é não só homenagem nossa a ti, mas um símbolo que aqui deixamos, símbolo de paz, fraternidade e progresso, símbolo de constância e tenacidade, símbolo de cordura e justiça, no qual se deverão inspirar os que nos sucederem na tarefa ingente da tua Administração e do teu Governo. Senhor Doutor Loureiro da Silva, a V. Exa. chefe supremo desta comuna, entregamos esta placa em que, ao lado do grande e bondoso colonizador, figura a esfinge de V. Exa., que por feliz acaso é dele descendente por linha feminina. E ficam, assim, perpetuados o avô e o neto em sexta geração, expoentes ambos de uma obra magnificente e patriótica, a glória de Porto Alegre, pela glória e grandeza do Rio Grande do Sul e do Brasil”.

Para encerrar, ainda falando em Loureiro da Silva, leio a letra do hino oficial de Porto Alegre, escolhido em concurso público em 1961 e oficializado por decreto em 24 de julho de 1984, data em que pouco mais de dois séculos antes, Porto Alegre se tornava Capital. Diz assim: “Porto Alegre valerosa, com teu céu de puro azul, és a jóia mais preciosa do meu Rio Grande do Sul. Tuas mulheres são belas, têm a doçura e a graça das águas, espelho delas, do Guaíba que te abraça. Quem viu teu sol poente, não esquece tal visão. Quem viveu com tua gente deixa, aqui, o coração.”

Saúde e paz.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero saudar e agradecer a todos presentes neste Plenário, pois recebi a lista de mais de 25 Vereadores do interior do Estado, dois Prefeitos que estão participando junto com a ASCAM, Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul, hoje e amanhã, de um Curso de Regulamentação da Reforma Administrativa e os reflexos sobre os servidores públicos.

Aproveito para saudar, em nome de todos, a Presidenta da ASCAM, nossa servidora, Sra. Edi Cogo; estendo, certamente, em nome das autoridades, do Executivo, do Judiciário, da Assembléia Legislativa, do Exército e das demais autoridades da Mesa. E tenho certeza de que falo em nome de todos estendendo a nossa saudação, pois é muita honra para Porto Alegre, nos seus 227 anos, ter aqui representantes das Câmaras dos mais diversos municípios do nosso Estado, que tanto amamos. A nossa Capital é de todos, tanto é que, como foi dito, a maioria de nós provêm do interior, o que não quer dizer que não amemos Porto Alegre, como também amamos as nossas cidades natalícias.

Nossa saudação a toda essa forte representatividade das Câmaras Municipais aqui presente, honrando o aniversário da nossa querida Capital.

O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para falar em nome das Bancadas do PPS e do PSB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A história de uma cidade se constrói ao longo do tempo e é contada, principalmente, em documentos que periodicamente são visitados por pesquisadores, por curiosos, por cronistas. E não é diferente a história da nossa Porto Alegre. Só que alguns dos "cronistas", que tentaram reconstituir a história desta Cidade, preferem contar essa história segundo o que eles desejariam que tivesse acontecido, e não o que realmente aconteceu. É nessa direção que pretendo, a partir de hoje, e em pronunciamentos sucessivos, recomeçar a contar alguns episódios da história desta Cidade que merecem algum reparo.

E nesse sentido eu começo hoje neste meu pronunciamento, homenageando duas pessoas. Uma delas é o Padre Rubens Neis, que foi quem estabeleceu com precisão histórica a data de 26 de março para a instalação da freguesia de São Francisco do Porto dos Casais. Foi ele que contribuiu com documentação para que o Instituto Histórico e Geográfico elaborasse um parecer judicioso, historicamente embasado, demonstrando que, pelas circunstâncias da época, em que as comunidades provinham de denominações religiosas e tinham uma ligação estreita com o poder eclesiástico, fixou a data de 26 de março de1772, como a data de fundação de Porto Alegre. O Padre Rubens Neis ainda está vivo e detém ainda hoje, talvez um dos maiores patrimônios em termos de documentação sobre a Cidade de Porto Alegre.

A outra pessoa que quero homenagear e reverenciar nesta ocasião é Clóvis Silveira de Oliveira, um historiador, santanense, mas sobretudo um cartógrafo de excepcional valia. Esta Casa precisa saber que no ano de fundação de Porto Alegre, 1772, o Capitão Montanha foi encarregado pelo Presidente da Província de elaborar o mapa da Cidade de Porto Alegre que podia “Mutatis Mutandis”, ser o nosso primeiro Plano Diretor. Foi o Capitão Montanha que desenhou a partir do promontório onde hoje está localizada a Catedral Metropolitana, o traçado das ruas e das primeiras praças de Porto Alegre. E esse mapa foi reconstituído por Clóvis Silveira de Oliveira, está no seu livro “Cidade de Porto Alegre”. E ele reconstitui uma porção de episódio que envolveram esses primórdios de Porto Alegre. E é preciso que se diga com toda clareza, aqui, que uma comunidade que não respeita a sua história, o seu passado, dificilmente terá condições de apontar para um rumo futuro.

Outra coisa que precisa ser dita é que os Anais da Câmara Municipal de Porto Alegre, que se instalou um ano após a instalação da Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, que no ano seguinte mudou de nome passou para Madre de Deus, são o repositório da história do cotidiano dessa Cidade, e nós, os Vereadores, estamos hoje sem sabermos, muitas vezes, contando a história para o futuro. Os nossos debates corriqueiros, as nossas querelas, a falta de água em tal bairro, a falta de rua, de asfaltamento, disso ou daquilo, vão ser objeto de uma pesquisa daqui a cem, duzentos, trezentos anos para se revelar então como era a vida cotidiana de Porto Alegre dessa nossa época. Por isso a nossa responsabilidade é muito grande. Quero instar a Mesa da Câmara para que procure preservar, da melhor forma possível, os Anais desta Casa, e fazer um apelo para que eles sejam editados. Nos últimos anos os Anais desta Casa começaram a sofrer um processo de desleixo. Não quero acusar ninguém, mas é preciso que a Mesa da Câmara retome o compromisso de manter a publicação dos Anais da Câmara de Vereadores em dia, da melhor forma possível, para que eles possam servir de referência histórica num futuro que ainda não temos condições de avaliar.

Por isso desculpem ter entrado num outro rumo, mas a Cidade merece o nosso carinho, o nosso amor, estamos aqui para isso e sobretudo fazendo votos para que ela continue apontando para o futuro, não nosso, das gerações que nos sucederão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de registrar as presenças dos Vereadores no Plenário: Ver. Adeli Sell, Ver. Juarez Pinheiro, Vera. Maristela Maffei, Ver. Guilherme Barbosa, Vera. Helena Bonumá e Ver. Pedro Américo Leal, que por circunstâncias partidárias não puderam ocupar a tribuna, mas estão aqui conosco.

Com a palavra o Sr. Raul Pont, Prefeito da Cidade de Porto Alegre.

 

O SR. RAUL PONT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Entendo que a melhor forma de prestarmos esta homenagem, aqui expressa através de reminiscências históricas, de páginas literárias e de vontade de trabalhar em benefício do Município, é a maneira de comprometermo-nos com a Cidade, no sentido de seu desenvolvimento, da sua expressão externa e da melhoria de suas condições para todos os cidadãos. Nesse sentido, a nossa Administração, o nosso Governo, contando na maioria das vezes com o apoio, com a participação da Câmara, tem cumprido essa tarefa, tem buscado atender a essas necessidades dos cidadãos e tornar esta Cidade naquilo que aqui foi expresso em termos de desejo e de expressão histórica do que já foi realizado.

Somos uma Cidade que se orgulha de uma série de virtudes e de conquistas sociais, sendo que muitas delas nos colocam em um patamar médio acima das demais cidades brasileiras, mas sabemos que ainda há muito a realizar e fazer para os ideais que temos com relação a esta Cidade.

Quando estabelecemos o material de divulgação para as comemorações desses duzentos e vinte e sete anos, a nossa comunicação social escolheu a frase “Porto Alegre, uma cidade que conquista”. Esse sentido um pouco e deliberadamente dúbio da marca desses duzentos e vinte e sete anos parece que foi aqui bem expresso através das várias manifestações. Porto Alegre é uma cidade que conquista, nas lutas dos seus cidadãos, na sua histórica resistência democrática, nos avanços e conquistas sociais que tem alcançado; mas ao mesmo tempo, estabelece - como aqui foi dito - uma relação afetuosa, carinhosa e enamorada entre os que aqui chegam, como a maioria de nós, muito bem expresso pelos Vereadores que relataram as suas vivências juvenis, de criança, de fora de Porto Alegre. E esse enamoramento, essa relação afetuosa não está destituída do sentido primeiro da luta, da conquista de uma cidade que briga, que faz com que os direitos sociais, os direitos humanos estejam na nossa agenda quotidiana.

É nesse aspecto que eu queria registrar que o nosso Governo, enamorado pela Cidade e, ao mesmo tempo, respondendo a essa conquista quotidiana de seus cidadãos, vem dotando Porto Alegre daquilo que queremos efetivamente para torná-la feliz, agradável aos seus moradores. E fazer da nossa existência algo prazeroso, algo que nos dê prazer, que nos dê a sensação de estarmos construindo algo fraterno, uma sociedade que tenha valores éticos, morais, valores que perpetuam essa relação que estabelecemos ao longo de décadas e séculos, muitas vezes com projetos, conceitos e construções distintas na relação do Estado com a sociedade, mas que podem e devem seguir de valores maiores, na nossa orientação.

Nesse sentido é que eu quero dizer que aqui em Porto Alegre nos orgulhamos muito em ter uma cidade que conquista as condições de vida. Conquista, por exemplo, um patamar de saneamento básico das obras de garantia e recuperação do rio acima de qualquer outra capital brasileira. E, ao longo de 99, estaremo-nos orgulhando de ter toda essa região, desde o Morro Santa Teresa até Belém Novo; depois, no Lami, também com estação de tratamento; toda a Zona Sul da Cidade de Porto Alegre tendo o tratamento de seus esgotos cloacais sendo desenvolvido pela Estação de Tratamento da Serraria, com o funcionamento do sistema de bombeamento já em obras de finalização, ao longo do Cristal, da Pedra Redonda, de Assunção, toda essa região na direção da Serraria. Da mesma forma toda a região norte da Cidade vai passar a contar com mais cento e cinqüenta mil moradores de Porto Alegre tendo os esgotos tratados, e, portanto, o Rio Guaíba será melhor cuidado, melhor preservado com o funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto São João Navegantes.

Quer dizer, essa é a forma de a Cidade decidir, por prioridades, e a população conquista isso na medida em que coloca, por exemplo, para o ano de 99, o saneamento básico como prioridade-um para os milhares de cidadãos e cidadãs que vêm participando da democracia direta que estamos desenvolvendo na Cidade, o que tem sido um instrumento de valorização de Porto Alegre. Da mesma forma valorizamos esta Cidade ao difundi-la, ao divulgá-la, ao estarmos presentes nos fóruns mais importantes hoje nas grandes cidades da América Latina, em nível internacional; quando levamos Porto Alegre, as suas experiências, as suas realizações, a sua cultura para as grandes cidades do MERCOSUL, para as grandes cidades que formam conosco a rede que hoje aglutina mais de cinqüenta grandes cidades, não apenas do MERCOSUL, porque hoje já envolve o Chile, a Bolívia, países que certamente, em curto espaço de tempo, estarão integrados também ao nosso.

São estas políticas, aliadas a uma política de austeridade, de competência administrativa, num país onde são comuns déficits operacionais, onde predominam as dependências das dívidas, que nos fazem ter o orgulho de dizer que a maneira de preservarmos esta cidade é com a competência administrativa da austeridade, do equilíbrio financeiro, dos superávites operacionais ao longo dos últimos anos, repetidos em 1998. Estamos tratando bem esta Cidade.

É com estas condições, com a preservação de um movimento de inúmeras instituições, entidades, cidadãos, que também conosco preservam e protegem o nosso patrimônio histórico, que vem sendo possível realizar uma obra importante, como a revitalização do Centro da Cidade, onde empresários, urbanistas, historiadores estão fazendo com que o Centro de Porto Alegre preserve a sua história, preserve a sua memória cultural e faça disto um instrumento de valorização da cidadania. Estes elementos estão compondo um conjunto de governo, e temos certeza de que a Câmara de Vereadores também superavitária está participando, defendendo, está de acordo com estas políticas. Assim como a Cidade também precisa, como aqui foi salientado, da garantia e da evolução que acompanham o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento das novas técnicas, o desenvolvimento de novas concepções urbanísticas.

A Cidade requer também a evolução do seu Plano Diretor, a evolução dos seus planos maiores, para que a população, no dia-a-dia, ao decidir aquelas questões localizadas no bairro, na rua, estas decisões estejam sempre integradas a uma concepção maior da Cidade, a uma concepção global que coloque a nossa Cidade, e continue, como Porto Alegre é hoje, sendo uma referência de administração e uma referência de qualidade de vida.

Pensamos que nós, administradores, a Câmara Municipal com o seu papel de legisladora, podemos fazer com que a Cidade seja melhor e mantenha esta relação de uma Cidade que conquista. Uma Cidade que conquista afetuosamente, carinhosamente os seus habitantes, mas, ao mesmo tempo, é uma Cidade que luta, que tem garra, que defende os seus interesses, que faz valer as suas vontades, principalmente, num momento em que nós temos que fazer uma grande luta nas cidades para reverter o processo de apropriação do recurso público, de reverter a maneira como se divide hoje o recurso público no País. Essa talvez seja a grande tarefa que prefeitos e vereadores têm pela frente nos próximos anos, no próximo período. Sem isso as nossas cidades dificilmente continuarão tendo a qualidade de vida que todos nós queremos e estaremos simplesmente sendo reféns, à mercê de um processo de drenagem de recursos aqui produzidos numa divisão extremamente desigual e injusta do recursos público.

Obrigado! Parabéns, Porto Alegre, parabéns! Eu me congratulo com a Câmara Municipal de Porto Alegre pela iniciativa de mais uma homenagem à Cidade através desta Sessão Solene. Queria, Sr, Presidente, estender o convite a todos os membros da Câmara Municipal para prestigiarem amanhã, também, a entrega de medalhas “Cidade de Porto Alegre” àqueles cidadãos e cidadãs que se destacaram pela sua individualidade, pelo seu talento, pela sua dedicação e colocaram o nome de Porto Alegre além da nossa Cidade.

Contamos com a presença de todos no grande baile popular de sábado à noite onde estaremos, como já se fez em anos anteriores, com milhares de porto-alegrenses festejando esse aniversário desta querida e enamorada Porto Alegre que todos nós queremos melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrarmos esta Sessão Solene convidamos os presentes a passar ao Salão Adel Carvalho, onde haverá um coquetel comemorativo aos Duzentos e Vinte e Sete anos da Cidade de Porto Alegre e, em seguida ao coquetel, haverá uma exposição chamada “Porto Alegre entre Trincheiras” e, também, o lançamento do catálogo de atas da Câmara, do período de 1836 a 1945. Então, convidamos todos a se dirigirem ao Salão Abel Carvalho.

Agora, convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Nacional.

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h33min.)

 

* * * * *